terça-feira, 5 de dezembro de 2017

A revolução da indústria dos carros acelerou

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Pressionada pela chegada de novos concorrentes, pelos consumidores jovens e por governos, a indústria automobilística vive uma transformação histórica

Por Rafael Kato, de Leipzig, e Anderson Figo, de Wolfsburgo
30 nov 2017
Fábrica da Porsche em Leipzig: meio bilhão de euros investidos em carros híbridos | Krisztian Bocsi/Getty Images /

primeira curva exige habilidade do motorista. Feita em uma subida, ela é similar à temida Saca-Rolha, do circuito americano de Laguna Seca. É preciso estar atento porque, poucos metros à frente, o motorista vai deparar com uma curva em formato de “S”, como a que desafiava os pilotos de Fórmula 1 no autódromo de Nürburgring, na Alemanha. A pista de testes da montadora Porsche, em Leipzig, é um templo para os fãs de carros. Com 11 seções do circuito retiradas de pistas famosas — incluindo a curva da vitória do finado autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro —, o lugar representa a essência da indústria automobilística dos últimos 100 anos: a primazia do motor de combustão interna, a alta velocidade e a necessidade de um piloto com as mãos constantemente ao volante. Esses três elementos, intimamente presentes na vida moderna e nos projetos das cidades e das estradas, passam agora por uma revisão completa. Em nome da sustentabilidade, governos incentivam o desenvolvimento e a adoção de carros elétricos. Para cada vez mais consumidores, a mobilidade é um valor maior do que a velocidade. E, se tudo sair como planejam grandes empresas de tecnologia, startups e montadoras, os motoristas serão dispensados antes de 2030.

BMW i3: o modelo elétrico é uma opção no serviço DriveNow | Ian Gavan/Getty Images

Até mesmo a Porsche, marca famosa pelos carros de corrida, começa a vislumbrar esse futuro. É da linha de montagem em Leipzig, eleita a melhor na Europa no segmento de carros de luxo pela consultoria J.D. Power, que saem as versões híbridas do modelo Panamera. A empresa investiu 500 milhões de euros nos últimos dois anos para expandir a fábrica e garantir que toda a montagem do modelo seja feita no local. Ao combinar um motor elétrico com um de combustão, o híbrido da Porsche emite 71% menos C02 do que o modelo comum — e, mesmo assim, atinge 275 quilômetros por hora. A empresa também investe no desenvolvimento de um carro 100% elétrico na fábrica em -Stuttgart. O projeto Mission E, como é conhecido, receberá um investimento total de 1 bilhão de euros e o veículo deverá chegar ao mercado nos próximos dez anos. Uma mudança importante para a marca, pois vale lembrar que carros elétricos são silenciosos — portanto, o tradicional ronco do motor ficará para trás.


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